Please wait while we search your book in our stock
Book added to cart successfully
Please update quantity in cart page for multiple
copies
HOW UBF BOX WORKS ?
1: Choose box Select a box to start picking books. Each box has
a book count limit and price
2: Books list Each box has a list of books. Books have to be
picked from same box & cannot be mixed
3: One time payment Pay once for the box and grab books you
added
4: Free bookmarks Free bookmarks on every box order. Witness
these cute and glossy bookmarks
5: Free Delivery UBF box would be delivered free to your
doorstep. COD available for selected states
Catalog limits - Selected books only belong to UBF Box category. There
are many other books which can be bought individually as well. Browse using categories
and search facility in our Home
page.
A acção do romance localiza-se em Lisboa em meados do século XX. Num prédio existente numa zona popular não identificada de Lisboa vivem seis famílias: um sapateiro com a respectiva mulher e um caixeiro-viajante casado com uma galega e o respectivo filho – nos dois apartamentos do rés-do-chão; um empregado da tipografia de um jornal e a respectiva mulher e uma “mulher por conta” no 1º andar; uma família de quatro mulheres (duas irmãs e as duas filhas de uma delas) e, em frente, no 2º andar, um empregado de escritório a mulher e a respectiva filha no início da idade adulta.
O romance começa com uma conversa matinal entre o sapateiro do rés-do-chão, Silvestre, e a mulher, Mariana, sobre se lhes seria conveniente e útil alugar um quarto que têm livre para daí obter algum rendimento. A conversa decorre, o dia vai nascendo, a vida no prédio recomeça e o romance avança revelando ao leitor as vidas daquelas seis famílias da pequena burguesia lisboeta: os seus dramas pessoais e familiares, a estreiteza das suas vidas, as suas frustrações e pequenas misérias, materiais e morais. O quarto do sapateiro acaba alugado a Abel Nogueira, personagem para o qual Saramago transpõe o …
Read more ...
REVIEWS FROM GOODREADS
Goodreads reviews for Skylight- José Saramago Margaret Jull Costa book
As a reader, it's very difficult to gain knowledge from a single book. There are a variety of best selling authors, and each author brings uniqueness in their writing and content.
However, reader's pocket could end up on a heavier side if one decides to buy multiple books. The best choice is to buy multiple books at cheap rates without compromising on the quality.
Please find the major advantages of choosing used books
Purchasing multiple books instead of single new book
Reusing books, thereby avoiding throw-aways
Reducing paper, thereby saving trees
Creating a shared history, by passing on the books to other people
Funny, but true- Vintage smell of book
Questions always rise about the quality of used books and we appreciate your concern. Our answer would be the QA team, who follow a strict screening process of the books.
We have quality checks in place, and we guarantee that all pages of the book would be intact.
Reviews on UsedBooksFactory
We are rated 4.5+ out of 5 on both Google and Facebook. Our major focus is on quality, which is the main reason for our high-rating. Below are the links to our customer's reviews on Google. You may find the same in google as well.
A acção do romance localiza-se em Lisboa em meados do século XX. Num prédio existente numa zona popular não identificada de Lisboa vivem seis famílias: um sapateiro com a respectiva mulher e um caixeiro-viajante casado com uma galega e o respectivo filho – nos dois apartamentos do rés-do-chão; um empregado da tipografia de um jornal e a respectiva mulher e uma “mulher por conta” no 1º andar; uma família de quatro mulheres (duas irmãs e as duas filhas de uma delas) e, em frente, no 2º andar, um empregado de escritório a mulher e a respectiva filha no início da idade adulta.
O romance começa com uma conversa matinal entre o sapateiro do rés-do-chão, Silvestre, e a mulher, Mariana, sobre se lhes seria conveniente e útil alugar um quarto que têm livre para daí obter algum rendimento. A conversa decorre, o dia vai nascendo, a vida no prédio recomeça e o romance avança revelando ao leitor as vidas daquelas seis famílias da pequena burguesia lisboeta: os seus dramas pessoais e familiares, a estreiteza das suas vidas, as suas frustrações e pequenas misérias, materiais e morais. O quarto do sapateiro acaba alugado a Abel Nogueira, personagem para o qual Saramago transpõe o seu debate – debate que 30 anos depois viria a ser o tema central do romance O Ano da Morte de Ricardo Reis – com Fernando Pessoa: Podemos manter-nos alheios ao mundo que nos rodeia? Não teremos o dever de intervir no mundo porque somos dele parte integrante?
Excerto «Por entre os véus oscilantes que lhe povoavam o sono, Silvestre começou a ouvir rumores de loiça mexida e quase juraria que transluziam claridades pelas malhas largas dos véus. Ia aborrecer-se, mas percebeu, de repente, que estava acordando. Piscou os olhos repetidas vezes, bocejou e ficou imóvel, enquanto sentia o sono afastar-se devagar. Com um movimento rápido, sentou-se na cama. Espreguiçou-se, fazendo estalar rijamente as articulações dos braços. Por baixo da camisola, os músculos do dorso rolaram e estremeceram. Tinha o tronco forte, os braços grossos e duros, as omoplatas revestidas de músculos encordoados. Precisava desses músculos para o seu ofício de sapateiro. As mãos, tinha-as como petrificadas, a pela das palmas tão espessa que podia passar-se nela, sem sangrar, uma agulha enfiada. Num movimento mais lento de rotação, deitou as pernas para fora da cama. As coxas magras e as rótulas tornadas brancas pela fricção das calças que lhe desbastavam os pelos entristeciam e desolavam profundamente Silvestre. Orgulhava-se do seu tronco, sem dúvida, mas tinha raiva das pernas, tão enfezadas que nem pareciam pertencer-lhe. Contemplando com desalento os pés descalços assentes no tapete, Silvestre coçou a cabeça grisalha. Depois passou a mão pelo rosto, apalpou os ossos e a barba. De má vontade, levantou-se e deu alguns passos no quarto. Tinha uma figura algo quixotesca, empoleirado nas altas pernas como andas, em cuecas e camisola, a trunfa de cabelos manchados e sal-e-pimenta, o nariz grande e adunco, e aquele tronco poderoso que as pernas mal suportavam. Procurou as calças e não deu com elas. Estendendo o pescoço para o lado da porta, gritou: - Mariana! Eh, Mariana! Onde estão as minhas calças? (Voz de dentro:) - Já lá vai! Pelo modo de andar, adivinhava-se que Mariana era gorda e que não poderia vir depressa. Silvestre teve de esperar um bom pedaço e esperou com paciência. A mulher apareceu à porta: - Estão aqui. Trazia as calças dobradas no braço direito, um braço mais gordo que as pernas de Silvestre. E acrescentou: - Não sei que fazes aos botões das calças, que todas as semanas desaparecem. Estou a ver que tenho de passar a prega-los com arame… A voz de Mariana era tão gorda como a sua dona.»